terça-feira, 28 de julho de 2015

Terríveis segredos - capitulo 28

Depois de muito procurar, Bel encontrou uma estante inteira apenas com livros que falavam sobre a ligação com os elementos que os deuses ou a própria natureza concediam para alguns bruxos. Todos os seres vivos tinha algum elemento com o qual eram mais próximos, mas esses bruxos assim como os elementais tinham poderes aprimorados pelo seu elemento de ligação.
Lemos tanta coisa que estávamos quase desistindo de procurar por algo de mostrasse como controlar o poder da ligação. Até que finalmente eu encontrei um livro com exercícios e rituais para eu me familiarizar com o elemento.
-Como não pensei nisso antes! 
-Do que está falando Bel?
-Rituais de apresentação.
-E o que seriam esses rituais?
-Basicamente tem a mesma finalidade que os que estão descritos neste livro ai. Eles servem para te apresentar aos deuses no ultimo dia de escola. É quando teremos que assumir nosso papel defendendo nosso clã. Mas com essas diferenças aqui vai te apresentar ao elemento que você tem ligação ao invés de para os deuses. É como se com esses rituais você se tornasse parte da terra e a terra parte de você, colocando vocês em sintonia para depois você ser capaz de executar os exercícios de magia que tera terra te dando poder.
-E como fazemos esses rituais? Podemos começar agora?
-Precisamos encontrar algumas coisas, mas acho que poderíamos começar amanha mesmo.
-Do que precisamos?
-Deixa eu ver aqui. Bom, vamos precisar de uma vela vermelha, um cálice com agua de um espelho, um incenso de jasmim, e um cristal de ametista.
-Eu tenho uma ametista que meu pai me deu para usar com este colar.
-Acho que vamos precisar de algo maior. E sei onde conseguir tudo que precisamos.

Bel me levou até a loja de objetos mágicos onde meu pai comprou os cristais e o colar que eu usava.
-Ola Bel! Faz tempo que não vem comprar nada.
-Andei meio ocupado com umas pesquisas.
O olhar da mulher se voltou todo para mim.
-Vejo que tem uma amiga! E bem poderosa pelo que estou vendo.
-Como?...
-Eu sinto muitas coisas menina.
-Meu nome é Kora.
-E o meu é Karen, mas você já sabe quem sou! Está até usando um dos meus itens mais adoráveis.
-Sim! Meu pai me deu de presente junto com alguns cristais.
-Seu pai foi bem especifico quanto ao que ele procurava.
-Legal, mas não estamos aqui para falar de mim ou do meu colar, estamos com um pouco de presa e precisamos de algumas coisas e o Bel disse que encontraríamos aqui.
-Pois então digam o que procuram, veremos se posso ajudar.
-Eu e a Kora queremos fazer um ritual bem simples, que achamos em um livro, mas para isso ele precisa ser feito com a presença dos elementos.
-Rituais assim são muito bons para se sentir próximo do cosmo, mas podem ser muito perigosos.
-Nós sabemos, não faremos nada perigoso eu garanto.
-Eu acredito em vocês. Agora me digam vocês precisam de uma vela, um incenso, um cristal e um cálice. Acertei?
-Acertou. E como sabia?
-São itens obrigatórios digamos assim. Apenas os detalhes que mudam.
-Ata, entendi. Precisamos da vela vermelha, o incenso de jasmim, o cristal teria que ser uma ametista, e para cálice estava escrito que deveria ter água de um espelho, só que não entendemos muito bem essa parte.
-É simples, quando estava escrito espelho o escritor se referiu ao modo como um lago calmo reflete a paisagem como se fosse um espelho. E com isso acredito que esse ritual de vocês tenha mais uma finalidade de meditação do que de qualquer outra coisa.
Não respondemos, tanto eu quanto o Bel não queríamos expor nossos planos para ela.
-Não precisam falar se não quiserem. -Ela se virou e foi em direção a uma prateleira de onde tirou um frasco com um liquido transparente. - Este frasco contem um pouco da água tirada do lago Lyn, um bruxo de New York conseguiu algumas unidades em troca de um favor. E eu acho que isso vai servir bem para o que vocês querem. E ali atrás de vocês tem algumas ametistas acredito que do tamanho bom para esse ritual.
Demos meia volta para procurar o cristal que precisávamos.
-Olha só essa Bel. É linda.
Havia uma ametista do tamanho da palma da minha mão, o formato era de impressionar, era redonda com pontas saindo do centro por toda sua extensão, era como se raios saíssem do centro e que por algum motivo foram congelados.
-É lindo mesmo. Vamos levá-lo
-Quanto ficou tudo?
-Digamos que tudo foi um presente. Acredito que essa sua amiga tem um futuro brilhante, e toda a ajuda que eu puder oferecer não será nada comparado ao que ela poderá fazer.
-Muito obrigada eu acho! Então vamos Bel. – O puxei pelo braço, estava louca para sair da loja dessa mulher maluca, e muito ansiosa para começar o ritual.
-Ela é mesmo muito poderosa. Estava certo em se esconder nas sombras, mesmo sem saber controlar o poder ela seria capaz de senti-lo se não o tivesse feito.
-Eu sei Karen querida, e você fez um ótimo trabalho dando os materiais necessários para ela começar a ficar mais forte, a quarta anciã precisa dela o mais poderosa possível. E já está ficando no mínimo ansiosa para isso.

Terríveis segredos - capitulo 27

A primeira a quebrar o silencio foi a Professora Mey. 
-Senhorita Leibovitz acho que isso é uma novidade para a você tanto quanto para nós! Estou certa? 
-Sim professora. 
-Bom eu e o professor Steve teremos que avançar algumas aulas, mas nada que não possa dar conta. Sem contar que temos que levá-la para falar com o líder dos Amesthystus. Por mais que não saibamos o seu verdadeiro clã seus pais foram aceitos por Leonard Berwick. Então por enquanto ele deve te aconselhar. Mas receio que seja mais complicado que isso. 
-Como assim? 
-Isso fica para depois. Agora o mais importante é que sabemos o seu tipo de magia e suas aulas ficaram mais praticas. Vá para casa. Irei ligar para seus pais e falar com eles sobre isso. 
-Por que tem que ligar para eles? 
-Fique calma Kora! Só precisamos conversar, não é nada de mais. 
Seus lábios diziam era tudo simples, mas de seus olhos eu via que era bem mais complicado do que ela estava tentado fazer parecer. 
Quando eu estava me virando para pegar minhas coisas e ir para casa Abygail gritou o nome da professora. 
-O que está acontecendo? 
-As esferas de luz não querem se apagar. Eu e Conor tentamos fazer como a professora nos ensinou, mas elas enlouqueceram e estão voando por toda a sala.
-A sim claro darei um jeito nisso. 
Segui a professora para vê-la resolver o problema, mas depois de alguns minutos sem nada acontecer ela se voltou para mim. 
-Receio que eu não possa apagá-las. 
-E porque não? 
A voz de Belenos respondeu minha pergunta. 
-Porque foi você quem as criou.
- E porque eu não sou forte o suficiente para suprimir o poder dessa pobre garota. 
A segunda parte do que ela disse saiu como um sussurro, tão baixo que eu mal pude ouvir. 
-O que foi que disse professora? Eu não entendi? 
-Nada! Eu só estava pensando alto. Agora que tal você resolver isso para mim? Assim como aconteceu com Abygail e Conor se eu tentar conte-las creio que ficaram ainda mais descontroladas.
Eu queria fazer o que a professora me disse, mas achei que seria errado tamanha beleza apenas se apagar. 
Estendi minha mão direita e todas as esferas flutuaram até mim, se juntando em apenas uma enorme bola de luz. Novamente eu não me importava que estivesse rodeada de pessoas. Eu apenas fiz. 
A esfera se expandiu por toda a sala engolindo a todos, para logo em seguida retroceder até ficar do tamanho de uma semente, que foi em direção ao solo bem no centro da sala, até que atravessou o piso sumindo de nossas vistas. 
-Wooowww! Isso foi muito legal. 
-A senhorita está nos surpreendido. 
-Na verdade não sei bem o que eu acabei de fazer. 
-As ligações com elementos são muito fortes, o poder que elas dão precisa ser controlado. Se não toda vez que esse poder se manifestar você perdera o controle dos seus atos. Não quero te assustar querida, mas teve sorte que nada pior do que acabamos de ver não aconteceu. Mas isso você vai aprender. E mais rápido do que imagina. 
Eu realmente esperava que sim. Eu sei que seria ótimo usar o poder, mas também sei que pode ser perigoso não saber o que se está fazendo. 
-Espero que aprenda rápido. 
-Vai sim amiga! Você é muito forte. 
-Forte até demais. 
E novamente escutei um sussurro vindo da professora, tão baixo que nem pude ouvir. 

- Amiga isso foi demais.
A senhora Mey nos mandou para casa, mas não nos falou que não poderíamos pegar um atalho. E era isso que estávamos fazendo. 
- Foi não é? Queria que a piranha me visse naquela hora, aposto que ela ficaria descontrolada. 
- Falando nisso, você precisa treinar para a celebração, imagine você surpreendendo ate os lideres dos clãs, e amiga pode apostar comigo você vai. 
- E como eu vou treinar? 
- É por isso que estamos indo a biblioteca, tenho certeza que lá tem um livro que te explique como se controlar e te ensine tudo o que deve aprender, esse é o nosso objetivo hoje e vamos conseguir. 
A lembrança de uma frase que a muitos tinha esquecido e que agora me deu uma pitada de medo disparou em minha mente.
"Ele conhecera o caminho para as palavras de seu destino" 
Isso é bom ou ruim? Será que existe um livro falando do que eu farei? E se eu não gostar do que está escrito? 
Pensando nisso e em muito mais nem percebi quando chegamos à entrada da biblioteca, mas uma voz me fez parar, eu não consegui descobrir se era feminina ou masculina, ela falava somente comigo, respondendo uma das minhas perguntas internas. 
 “Você ira gostar muito do que o seu destino te reserva criança prometida, apenas me liberte e eu te mostrarei como" 
Meu intimo ficou dividido por essas palavras, dividido porque queria acreditar nelas, Mas o pior de tudo é que eu me lembrava dessa voz, fria e sem vida. Era a mesma voz que falou comigo em meu pesadelo enquanto matava as pessoas que amo para me tornar mais forte. Como eu poderia me sentir atraída por promessas que me tornariam um monstro?
Um miado me tirou do transe. 
-Amy vem gatinha, vem. 
Com a gata no colo, senti minha confiança redobrada, minhas incertezas desapareceram e desse jeito entrei na biblioteca pensando somente no livro que me tornaria capaz de surpreender a todos na festa da colheita. E sentia que a noite de Samhain seria memorável.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Terriveis Segredos - Capitulo 26

Acordei muito mais disposta do que de costume, muito mais confiante e preparada seja para qual for os acontecimentos que me aguardam não apenas hoje, mas nos próximos dias. 
Depois do banho decido que não preciso mais do ônix para me proteger e resolvo colocar uma linda pedra da lua que refletia a luz em varias cores. Era realmente linda apesar de pequena. 
Minha mãe estava muito bem essa manha. Não me encheu de perguntas nem me fez prometer coisas sobre me comportar na escola, muito pelo contrario. Eu via em seus olhos que ela confiava em mim e em minhas escolhas. 
Meu pai já havia ido para seu emprego de escrivão que agora eu sabia que era na casa da família do meu melhor amigo Belenos e que nesse momento ele devia estar escrevendo feitiços ou alguma poção que os bruxos criavam entre suas pesquisas e reflexões.
Fui para escola acompanhada da minha parceira de caminho Amy. E assim que eu entrei na escola, assim como das outras vezes, ela se perdeu da minha vista entre as arvores da floresta. A vontade que tive era de correr para o meio da mata e sentir a terra em meus pés e toda aquela magia e poder que senti ontem à noite quando descobri que tenho uma ligação com a terra, mas eu tenho que entrar e me concentrar nas aulas, então me virei e fui em direção a sala da primeira aula. 
Tudo correu bem durante o dia todo. A piranha e seu irmão não apareceram para nenhuma de nossas aulas em comum, assim como o Matt que também não apareceu. 
- Ei Bel onde estão os irmãos do mal e o Matt? 
-Ah! Eles devem estar se preparando! 
-Para? 
-Oh! Verdade você não conhece as festividades não é. Está chegando uma festividade que se chama Samhain. È a festa de final de colheita. 
-E o que eles têm a ver com isso? 
-Bom! Eles são os futuros lideres, o Dylan como mais velho tem que participar por mais que ele tenha recusado a posição, afinal a recusa dele ainda não é oficial. 
-Estranho imaginar o Dylan aceitando participar disso tudo. 
-Nem ele pode fugir disso Kora. Todos participam da celebração, menos os humanos. 
-“Porque eles não se controlariam no meio de tanta magia.” 
-Isso mesmo. Como você sabe disso? 
-Ontem eu e minha mãe fizemos uma poção e ela me explicou porque meu pai estava no quarto ao invés de se juntar a mim e a ela. 
-Serio?Me conta tudo! Para que era a poção?Como foi? O que você sentiu? 
-Hahah calma ai pessoinha! São muitas perguntas de uma só vez! 
-A! Me desculpa. É que eu lei muito sobre feitiços, poções e maldiçoes! Mas eu nunca fiz nada maior do que velas que não derretem. 
-Não faz por que não quer! Você é muito talentoso. E conhecimento é muito poderoso. 
-Mas não é a mesma coisa. 
-Bom! Se você quer saber, foi muito legal. Não sei muito bem para que serviu a poção mas! Foi uma delicia. 
- Como assim você não sabe? 
-Não sabendo! Acho que a minha mãe só quis fazer algo junto comigo. Acho que ela está com medo de eu estar com dificuldades de aceitar esse mundo novo. 
-E você está? 
-Estava! Mas ontem aconteceram algumas coisas que me fizeram mudar! 
-Que coisas?- Bel estava muito curioso e eu ia deixar ele ainda mais. Me levantei de onde estávamos comendo nossos lanches e comecei a andar bem de vagar. 
-Uma delas é que ontem fui a floresta ver se te encontrava na biblioteca, quando não te achei...-Por mais que eu adore meu novo amigo achei que não devia contar sobre as criaturas que vi na floresta com medo de que parecesse que estava me achando pra cima dele.-...Quando não te achei decidi voltar para casa, e no caminho trombei com Victor Warboys. 
-O que? 
-E tem mais! Falei da idiotice de colocar a Brigit como líder! 
-Você o que?! 
Dei de ombros. 
-Falei mesmo. E depois ele me deu uma carona até em casa. Acho até que vai considerar minha idéia de jogar ela em um abismo! 
-Você é impagável garota. 
-E tem mais uma novidade. Mas essa só na aula de magia. 
Comecei a andar deixando meu amigo para trás, com um ponto de interrogação estampado na cara. 
- O que? Tem mais? Pode parar ai garota!
Na aula de magia com a professora Mey, ela iria dar mais uma aula de como criar esferas de luz. Na pratica fui muito ruim! A professora nos deu duas alternativas de manipularmos a luz. A primeira, aquela que metade da turma usou, foi a de criar luz com sua própria energia. O que resultou em um festival de cores da parte dos alunos que eram  Amesthystus. 
Já os alunos que eram Magnetites, segundo a professora não podiam criar luz com sua energia por conta do tipo de magia que eles possuíam, então eles usaram a segunda maneira que era tomar a luz de um objeto sem vida como velas e lâmpadas e torná-las esferas. Por mais que eu estivesse familiarizada com a magia depois de ontem à noite, usar minha magia dessa forma tão indistinta da terra era difícil, então usei minha vontade e visualização e utilizei a segunda opção. 
Percebi olhares da professora e de alguns alunos. Eram olhares de acusação e descrença. Não porque não acreditavam que eu estava fazendo magia. Era algo mais profundo. Mais sombrio. E então eu olhei para a janela e vi os olhos de Dylan me encarando. Um simples olhar foi capaz de me deixar nervosa. Nervosa por ele estar me olhando, nervosa pelas expressões nos rostos dos meus colegas de sala e da professora, tão nervosa que quase deixei a esfera de luz se apagar em minhas mãos, porem como um botão de flor minha confiança desabrochou, e eu voltei a ser a garota de hoje de manha, confiante, certa do que faz e que não precisa de autorização de ninguém para ser ela mesma. Com isso foi como se ele não estivesse ali. Nem ele e nem ninguém. 
Nessa hora senti a vida de todas as plantas ao meu redor, senti a terra em baixo da escola, o perfume da flor na mesa, o cheiro silvestre de algum aluno no fundo da sala proveniente de uma essência de jasmim e salvia feita artesanalmente e ate mesmo o cheiro de terra molhada grudada no sapato do Dylan. 
Foi engraçado saber dessas coisas e sentir como se estivesse sozinha nessa sala enorme. 
Enquanto sentia tudo isso a esfera que eu estava segurando mudou de amarela para verde, um verde tão profundo quanto o dos meus olhos, em segundos não era apenas uma esfera, eram varias. Era uma delicia sentir toda aquela energia, era como se a terra tivesse me engolido, como se as raízes de varias arvores me envolvessem, e eu sabia que tudo isso estava ligado a mim. Ou melhor, eu estava ligada a tudo isso.
Mas com um simples toque, Belenos me acordou desse sonho, e eu voltei à realidade, a primeira coisa que vi foi o sorriso de orgulho nos lábios do Dylan, e com uma piscadela ele se virou e saiu correndo. Com isso pude explorar a sala ao meu redor e ver que todos que estavam a minha volta me encaravam ao mesmo tempo em que olhavam para todas as esferas de luz verde que me rodeavam. A única pessoa que não parecia estar espantado era o Bel, na verdade dele se irradiava de puro orgulho e a certeza de que eu não era uma mestiça. E a professora estava tão calma, com uma expressão de preocupação, que assim que me notou a olhando forçou uma expressão frigida.
Não pretendia expor minha ligação pára todos, mas acho que agora não terei como esconder isso. Pensar no assunto foi assustador e revigorante, estava assustada porque esse era um passo incerto, ainda não tive tempo de calcular as conseqüências, mas era revigorante porque eu não irei me esconder, serei eu mesma, em um mundo totalmente novo, mas que também é o meu mundo, e que agora eu não era mais um garota fraca. Se prepare Breuapre Kora Leibovitz esta na área.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Terríveis segredos - Capitulo 25

- Mãe o que faremos agora?

- O que você acha de nós duas tomarmos um chá enquanto eu conto uma historia?- Em seguida me dirigiu um sorriso daqueles que por trás se escondem vários segredos. E eu não fui capaz de esconder o animo que estava tomando conta de mim.

- Sim mãe, eu adoraria tomar um chá, enquanto a senhora me diz quando foi que fez essa tatuagem!

- Eu não fiz, eu recebi.

- Como assim? Como um presente? Ou como se em uma manha ensolarada ela apareceu do nada?

- Um pouco das duas coisas

- Isso é impossível. ­- Eu já devia ter parado de usar essa palavra, mas eu ainda conseguia ficar surpresa com as coisas que acontecem nesse novo mundo que agora também era meu.

- impossível é você dizer que é impossível Kora!

Seria mesmo possível? Os ensinamentos do espírito me vieram naquele momento, seres não amigos do sol controlando magia, extraterrestres, caçadores com sangue celeste, meio humanos com mães e pais divinos. Sim claro que é possível, se eu que passei a vida crendo ser uma pessoa como todas as outras nesse planeta e agora sei q sou uma mestiça capaz de controlar a terra. Então seria tão surreal aparecer uma tatuagem nas costas da minha mãe?

- Sim, é possível, agora me conte como.

- Antes de você nascer, eu me casei com o seu pai e fui banida do meu clã, sem abrigo e proteção, eu pedi ajuda a deusa.Aquele ritual que fizemos foi parecido com o que usei na noite  em que pedi para ela me tornar sabia nas escolhas que iria fazer, que mesmo com minhas raízes na escuridão da magia corrompida, meus galhos e folhas fossem ao encontro do céu em direção a luz da lua, que transforma a escuridão transponivel. Como resposta essa tatuagem apareceu.

- Uau.

- Incrível não é.
Não sei se foi o barulho da chaleira apitando, ou a historia que a minha mãe tinha acabado de contar, eu só sei que algo em mim despertou me impulsionando em direção a chaleira para por a esfera laranjada que estava em minha mão na água, palavras fluíam da minha boca tão rápido que eu não conseguia registrar, a cada palavra dita a esfera se diluía na água, tornando a água cada vez mais alaranjada. Quando as palavras pararam não havia mais esfera, só havia o chá e um ponto de interrogação na cara da minha mãe.

- O que? Vai querer?

- Sinceramente?

- Claro.

- Não faço idéia o que foi que você fez. E só tem um jeito de saber. Traga aqui. Vamos beber.

Ela disse com tanta convicção que não a contrariei, mas durante os três passos ate a mesa eu me perguntei se tinha feito o certo. Eu sabia que esses surtos eram devido aos conhecimentos que ganhei durante as visitas do espírito em meus sonhos. Ele mesmo me disse que iria me ajudar para recuperar o conhecimento que já devia ser meu se não tivesse vivido como humana até meus dezesseis anos

As duas xícaras já estavam na mesa e no rosto da minha mãe eu conseguia ver puro orgulho!

Ela tomou o primeiro gole, e foi como se um vento muito forte soprasse em seu rosto fazendo com que seus cabelos se agitassem. Um sorriso se espalhou pelo seu rosto.

Era minha vez de provar. Assim que o liquido desceu pela minha garganta a mesma coisa aconteceu. Uma brisa fez meus cabelos dançarem e ao contrario do que foi com minha mãe essa brisa durou por muito mais tempo. - Não pude esconder o sorriso e o prazer que estava sentindo.

-Parabéns Kora! Você acaba de usar sua primeira poção!

- O que aconteceu?

- Somente a deusa sabe...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Terriveis Segredos - Capitulo 24

Minha mãe entrou pela porta para verificar se eu estava bem.
- Seus pesadelos não haviam parado?
-Eu achei que sim, mas pelo jeito eu estava errada! – Achei que graças ao espírito dos dois últimos anciões de Lemurian eu não teria mais que passar por isso.
-Bom já que está acordada se vista com alguma coisa mais quente e venta até o jardim dos fundos. Está na hora de te mostrar uma coisa. 
Coloquei uma camiseta mais quente e fui até o jardim dos fundos para ver o que minha mãe queria me mostrar.
Ao chegar à porta da cozinha que dava para fora uma luz amarela como a luz de uma fogueira escapava pelas frestas.
Ao abrir a porta vi minha mãe com um vestido preto que mostrava muito de sua pele. Ela estava com uma cesta repleta de ervas, flores e mais algumas coisas que expeliam um aroma agradável. Uma mini fogueira estava a sua frente com suas chamas dançando a luz da lua cheia.
-Por que demorou a descer?
-Eu não encontrava meus sapatos.
-Não devia ter os procurado. Seria melhor para entrar em contato com a natureza se estivesse descalça. Venha ate aqui.
Quando cheguei perto dela recebi um abraço, ele estava repleto de amor, carinho, cuidado e vontade de me proteger de todo o mal.
- Mãe se você esta assim por que vim no carro do...
-Não quero falar disso. 
-Okay. E o que queria me mostrar?
-Hoje é a ultima noite de lua cheia, achei que esta na hora de fazermos um ritual juntas.
- Um ritual? Está falando serio?
-Claro que estou. A menos que você não queira.
-Quero sim! Eu vou amar. E porque o papai não esta aqui?
-Seu pai é humano Kora! Humanos não suportam a intensidade dos rituais lemurianos.
-Entendo. E o que vamos fazer nesse ritual?
-Primeiro vamos agradecer aos deuses e depois pensei em fazer uma poção feitiço.
-Como isso funciona?
-Você vai ver. Mas primeiro vamos aos agradecimentos.
Com isso minha mãe me explicou o que eu deveria fazer. Ela usou um galho ornamentado que ela disse ser de salgueiro para criar um circulo e depois invocou os cinco elementos cada um com um objeto. O fogo era a vela, o ar um incenso, a água um cálice com água pura a terra um cristal e o espírito ela disse estar sendo representado por nós. Precisávamos deles para ajudar na força das nossas palavras. Feito isso demos as mãos e olhamos para lua que estava à cima de nossas cabeças. Agradecemos pela magia que corre em nossos corpos e por sermos dignas de usá-la. Depois agradecemos aos elementos por sua presença e os liberamos do circulo.
-Agora Kora, vá até a cesta e a traga até aqui perto da fogueira.
Peguei a cesta e a entreguei para minha mãe que retirou um cristal que reconheci ser o mesmo que usei para acordá-la do pesadelo no dia em que ela me contou que éramos bruxas.
-Aqui está meu livro das sombras. 
-Mas é apenas um livro Mamãe.
-Você já devia saber que nem tudo é o que parece quando se trata de magia.
Ela fechou os olhos e em sua mão o cristal lemuria começou a brilhar e depois a se desfazer em uma poeira cintilante que rodopiava nas mãos da minha mãe.
-“Em minhas mãos parte do conhecimento está e agora nos da minha filha de coração também estará”. Coloque suas mãos em cima das minhas.
Quanto coloquei a poeira cobriu minhas mãos assim como fazia nas da minha mãe, para logo em seguida se transformar em um livro de capa preta.
-Esse é meu livro das sombras, e agora também é seu. Aqui coloquei todas as poções que criei e alguns feitiços que aprendi durante os anos. Alem de poções há também feitiços de localização, proteção, e uns três de defesa caso precise- E me mandou uma piscadela. 
-Mas agora o que precisamos esta nesta pagina.
Do nada as paginas começaram a avançar sozinhas, parando em uma folha onde havia desenhos de flores e galhos, e um pequeno texto no estilo receita.
-Como se chama esse feitiço poção mamãe?
-Você pode chamá-lo de poção mão coruja, eu o criei há alguns anos, ele funciona como um imã de sabedoria e também para proteção entre outras coisas.
 - E como vamos fazer isso? Aqui só tem uma receita e algumas palavras no final.
-Poções são simples meu amor! Grande parte delas é como se fossem uma sopa onde você coloca os ingredientes que darão o sabor. Nesse caso cada um dos ingredientes corresponde a um efeito desejado.
-Então poções são fáceis de fazer.
-Não exatamente. Não é apenas jogar os ingrediente e pronto. Cada ingrediente em sua maioria tem mais de uma característica. A ameixeira, por exemplo, você pode usá-la para beleza ou proteção. Para se criar poções é preciso saber o que está usando. Isso que faremos hoje, por exemplo, é uma poção feitiço, o feitiço impede que uma característica indesejada apareça na poção. Mas agora chega de papo, vamos ao que interessa.
Ela Pegou a cesta e pediu para que eu lese o que estava escrito na pagina de seu livro.
-“Uma Anemona vermelha e outra branca para a perseverança;
Alecrim para a coragem;
Cravo Branco para o talento;
O bambu para o equilíbrio;
A cerejeira para a sabedoria;
O carvalho para a força;
E menta para que as lembranças boas permaneçam.” 

Enquanto lia a receita minha mãe foi jogando cada ingrediente na fogueira para ser consumido pela chamas. Eu não sabia como isso iria se tornar uma poção, mas minha mãe sabe mais que eu então não tenho do que duvidar.
-Agora minha filha leia as palavras a baixo, mas não apenas leia, as diga visualizando sua magia banhando cada palavra com poder.
Eu não sabia como faria isso, mas se minha mãe acreditava que eu era capaz então eu deveria mesmo ser. Então fiz o que ela disse e senti cada palavra sair de minha boca com parte do meu poder. 
-” É PRECISO PERSEVERANÇA PARA ALCANÇAR O INALCANSAVEL. DESEJO QUE MEU TALENTO SEJA CADA VEZ MAIOR E QUE NUNCA ME FALTE EQUILIBIO PARA AS DIFICULDADES VENCER. QUERO A FORÇA PARA SUPORTAR AS DORES QUE NO FUTURO POSSAM ME ALCANÇAR.  A SABEDORIA NUNCA PODE FALTAR PARA QUE AS MEMORIAS BOAS POSSAM SEMPRE CRESCER.”
Ao terminar de falar as chamas que até agora crepitavam na minha frente se extinguiram deixando apenas uma esfera brilhante onde deveria ter as cinzas da fogueira feita por minha mãe.
-Parabéns Kora você conseguiu agora pegue-a.
Me aproximei de onde as chamas há alguns momentos estavam e com receio peguei a esfera que brilhava em tons de laranja. Minha mãe foi até a porta da cozinha ficando de costas para mim deixando a mostra uma tatuagem que nunca havia visto antes nela, até agora.
-Como assim a senhora tem uma tatuagem e nunca me contou?
-Hahaha isso é uma historia para ser contada enquanto tomamos nossa poção. Venha estou louca para provar.
Corri para dentro, essa experiência com minha mãe me fez esquecer por um momento o pesadelo horrível que tive antes de despertar. Tudo o que me vinha na cabeça agora era que eu realmente era capaz de usar minha magia. Mas a visam de eu matando meus amigos ainda iria me atormentar.

Terríveis Segredos - Capitulo 23

Quando a porta se fechou minha mãe me encarou, mesmo com o rosto tomado por raiva eu vi medo em seus olhos, não há como negar que a presença de Jonathan Warboys na minha volta para casa a perturbou.
- É melhor ir dormir Kora, amanha será um longo dia.
Foi à única coisa que ela disse. Depois disso se virou e subiu as escadas em direção ao seu quarto. Certamente meu pai já esta dormindo por isso a casa esta tão quieta e escura. E provavelmente por isso ela não discutiu comigo como eu sabia que ela queria.
Passando na frente do quarto dos meus pais o som de suas vozes deixou claro que ambos estavam acordados e que não queriam que eu ouvisse a conversa. Mas foi ai que eu quis ouvir, encostando o ouvido na porta eu desejei ouvir o que eles falavam, fechei os olhos e me concentrei em suas vozes, e em um piscar de olhos era como se eles estivessem falando na minha frente sem nenhuma parede ou porta impedindo o som de chegar aos meus ouvidos.
- Ela voltou no carro de quem?
- Jonathan Warboys.
Silencio.
- Calma querida, será que ele sentiu algo?
- Não sei, eu... Eu fechei a porta correndo, se ele... Se ele suspeitar...
- Calma querida, calma, nada vai acontecer com a nossa garota.Você está camuflando os poderes dela. Ele não vai perceber
- Mas se ele suspeitar de algo, ele... Ele vai ficar insistindo ate achar. Eu o conheço desde quando éramos crianças, quando ele coloca algo na cabeça nada consegue tirar, ele procurar Amélia até hoje mesmo depois de dezesseis anos é mais do que prova disso.E cada vez está ficando mais difícil de manter o feitiço sobre ela. Eu até acho que ele deve ter falhado em algum momento.
- Meu amor, tudo o que podemos fazer é deixar as coisas rolarem, esta indo mais rápido que esperávamos, mas nos sabíamos que isso ia acontecer cedo ou tarde... E não podemos fazer nada para impedir.
- Mas ela... Ela não esta pronta.
- Então a prepare.
  O silencio que se seguiu foi tamanho que eu decidi ir tomar banho e dormir. Eu sabia que meus pais escondiam algo de mim, mas não queria estragar minha noite completamente mágica com duvidas que não seriam respondidas. Não estou pronta para que? Por que Jonathan Warboys é tão importante? O que meus pais escondem de mim? São perguntas que terei que achar as resposta outra hora, não agora que descobri minha ligação com a terra e de ter visto toda a magia que existe na floresta. Agora eu só queria deitar e aproveitar mais uma noite de sono sem pesadelos graças ao espírito.
Depois do banho, me esparramei na cama, ansiando uma noite de bons sonhos. Mas nem tudo é um conto de fadas e fechar os olhos naquela noite foi como abrir a porta para um inferno que era somente meu.
Eu estava de volta à entrada da biblioteca secreta, estava de dia, mas nuvens escuras impediam a passagem da luz do sol. Alguma coisa estava errada, olhei para as arvores dos deuses e não havia uma folha ou flor se quer. Seus galhos estavam secos, sem vida. Meu coração disparou e corri para dentro da nevoa que me levaria à escadaria.
Quando alcancei a primeira estante de livros tudo parecia normal, até eu decidir tocar em um livro para sentir que realmente estava tudo bem. A capa do livro que falava sobre criaturas mágicas começou a se desfazer em uma areia negra. Logo que o primeiro livro se desfez todos os outros começaram e se desmanchar diante dos meus olhos até não restar nada a não ser uma praia negra e sem mar. O terror invadiu meu corpo e só piorou quando as velas encantadas pelo meu amigo Bel começaram uma a uma a se apagar, o instinto de correr foi mais forte e fui para a única sala onde a luz parecia não se abalar.
Ao chegar percebi que estava na sala com o desenho da arvore no teto e que suas raízes se espalhavam pelas paredes. Estive aqui hoje à noite ou seria a mais tempo, já não me lembrava que dia era.
Vi minha mãe, meu pai, o Bel, a Brigit, o Dylan, o Matt, uma mulher de cabelos loiros estava me olhando deixando seus olhos cor de mel a mostra de onde uma lagrima escorreu, ao seu lado estava Jonathan Warboys e ainda outras pessoas que eram desconhecidas por mim. Eles estavam encostados a parede. Tentei ir ao encontro da minha mãe, mas não consegui me mover, algo mantinha meu corpo preso onde eu estava, olhei para o chão e vi que estava ao centro da sala onde havia o circulo com as fases da lua e algumas figuras representando o sol. Os desenhos dos astros estavam brilhando em uma luz negra. Comecei a gritar para eles, ninguém me olhava alem da mulher que chorava.
-Por que estão ai parados? Este lugar está desmoronando, precisamos sair. Me ajudem.
Nenhuma resposta.
 -Mãe? Papai? Bel?Por favor, precisamos fugir se não todos iremos morrer.
Comecei a chorar quando percebi que não haveria resposta nenhuma. Eu estava apavorada.
-Porque não se mechem?
-Por que eles não podem minha querida. - Uma voz profunda e completamente fria ecoou por toda a sala.
- Quem esta ai? Apareça? Ajude-nos precisamos escapar desse lugar!
-Há minha Pequena Bruxa, eles estão ai porque você os prendeu aqui. Você que os está mantendo neste lugar!- Nessa hora uma sombra saiu da escuridão que se formou onde antes estavam os milhares de livros. Ela tinha a forma humana e traços de uma mulher, mas não tinha rosto, na verdade nem era solida, era literalmente uma sombra. -Você está se fortalecendo graças ao poder dessas pessoas, afinal eles não eram tão inúteis.
-Do que está falando? Quem é você? Solte meus amigos agora.
-Eu não posso poderosa Kora! As raízes da noite são suas, você as invocou.
Quando a sombra disse isso percebi que as pessoas que amo não estavam encostadas e sim presas pelas raízes que antes eram apenas desenhos, mas que agora saíam da parede e se emaranhavam pelos seus corpos.E o mesmo brilho negro que saia dos desenhos dos antros aos meus pés agora saiam das minhas mãos.
-Se sou eu que estou fazendo isso, então eu irei solta-los.
-Você não quer solta-los! Você quer o poder deles para conseguir ser a criatura mais poderosa. Até mais poderosa que os próprios deuses.
-E... Eu não! Sim é verdade. Mais poderosa que os Deuses. E para isso eu preciso sugar toda a magia que está dentro deles.
- Mas assim você ira matá-los. Você não se importa com isso?
-Não. Eu só quero ser mais poderosa. Só isso importa. - O que esta acontecendo comigo?Eu não quero matar as pessoas que amo! Ou será que quero?
-Sim você quer matar essas pessoas!
As raízes começaram a subir até os pescoços deles e em seus rostos a cor começou a sumir, os olhos da mulher loira antes quase dourados foram perdendo a cor até quase se apagarem, a luz negra se expandiu até engolir a mim e a todos os outros por completo e ai um grito de puro medo saiu da minha garganta. Eu estava acordada e de volta ao meu quarto.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Terríveis Segredos - Capitulo 22

Eu achei que teria problemas para entrar na neblina com minha gata no colo, mas foi totalmente pelo contrario, alguns passos antes de chegarmos ao portal que levava a escadaria Amy pulou dos meus braços e foi andando calmamente para a entrada. Essa gata era muito corajosa ou...
Andei pelos corredores seguindo minha gata e ao mesmo tempo torcendo para encontrar com meu melhor amigo Belenos.
Andamos por tudo até mesmo por corredores que eu nunca havia visto, até chegarmos a uma sala perfeitamente redonda com a decoração no mesmo estilo do resto da biblioteca as velas encantadas que nunca se derretem indicavam que Bel já havia passado por aqui. As paredes ao contrario do resto da biblioteca estavam cobertas por rabiscos que só depois percebi que eram as raízes de uma arvore enorme que estava desenhada no teto da sala, as mesmas raízes saiam da parede e encobriam todo o chão da sala deixando apenas um circulo perfeito livre. Nas bordas do circulo estavam desenhadas as fases da lua e na outra metade o sol aparecia sempre da mesma forma e tamanho. Depois de um tempo admirando os detalhes da pintura percebi que minha gata já não estava mais do meu lado e que estava voltando para o caminho de onde viemos.
Quando a alcancei ela estava aranhando um suporte para livros como se me pedisse para pegar o objeto. Retirei o livro do suporte e sentei em uma cadeira para ver do que ele se tratava, mas suas paginas estavam em branco. Eu sentia que havia algo de errado, mas não tinha nada nas paginas do livro.
-Esta em branco. Não tem nada aqui.
Nessa hora minha gata pulou em meu colo como se quisesse ver por si mesma, e foi como se ela ficasse desapontada por eu estar falando a verdade.
-Vem vamos para casa já esta tarde, mamãe e papei devem estar preocupados.
Saímos da biblioteca e deixamos para trás a sala das raízes as arvores dos deuses e tudo o que vimos nessa noite. Eu sabia o caminho de volta para casa e também sabia uma porção de coisas que estava louca para contar ao meu amigo Belenos e é claro para usar nas próximas aulas de magia.


Jonathan

O jantar com Margot e seu marido ainda não saiu da minha cabeça.
Eu sei que ela esta escondendo algo, mas ao mesmo tempo ela não tem poder suficiente para escapar do feitiço que usei durante toda a conversa, minha magia é mais forte que a dela. Por que ainda sinto que coisas escapam de mim por entre meus dedos? Eu sei que ela sabe onde Amélia se esconde, ela tem que saber, mas durante todo o jantar ela não falou nada. Nem se quer tocou no nome dela.
Talvez as paredes escuras desse escritório estejam afetando o meu raciocínio. Desde Victor essa casa tem uma energia pesada, eu não devia me incomodar já que é a mesma energia que a minha, mas ultimamente está sento exaustivo ficar nessa sala, desde o mais poderoso de todos os lideres do clã Magnetites, nunca nenhum outro líder foi tão poderoso quanto ele. E nenhum outro bruxo foi quase que sozinho a ruína de uma civilização inteira.Por mais poderoso que eu seja não chego nem perto do poder que meu antepassado direto chegou a ter. E desde que Alex voltou a ficar do meu lado após seu recesso por conta da morte de sua esposa ele vem me cobrando para ser mais agressivo com os humanos que são atraídos até a cidade, e isso esta tomando quase todo meu tempo, se não fosse pelos constantes rituais de energização que Alex tem feito para mim eu não teria forças para estar fora da cama há essa hora.
Já faz dez anos que assumi a liderança.  E há dezesseis anos Amélia desapareceu. Minha amada era doce, alegre, corajosa, animada... Com ela eu sei que sempre estaria pronto para lutar guerras sem nenhum descanso. Por que eu voltei a pensar nela? Porque seu rosto não sai da minha mente nessas ultimas semanas?
Eu preciso sair daqui, quem sabe um passeio na floresta refresque a minha mente.
A floresta talvez tenha sido uma má ideia, vir aqui me faz lembrar as noites em que me encontrava com Amélia escondidos de todos, até mesmo das criaturas que vivem aqui graças a um feitiço de ocultação que a própria Amélia criou. Este era o lugar onde nós nos entregávamos ao nosso amor na sua mais pura e verdadeira forma. Mas por que ela fugiu?  Por que desaparecer assim? Por que me deixar depois de todas as promessas que fizemos um ao outro, as mesmas que eu estava disposto a lutar para cumprir.
- Venha Amy, vamos para casa, papai e mamãe devem estar preocupados.
Essa voz parece... Não, não pode ser.
- Amy venha, eu não vou te pegar no colo.
Bem diante dos meus olhos apareceu uma garota de aproximadamente 16 anos, cabelos negros, pele clara, exatamente como... Não, não era ela, se parece tanto com ela. Mas é apenas uma garotinha.
Quando ela ergueu os olhos e me viu, seu olhar esverdeado, verde como uma esmeralda. Olhos tão familiares a mim. Olhos que se encheram de espanto.
- Desculpe-me não quis assustar.
 Ela se abaixou pegou a gata branca que se enroscava nas suas pernas.
-Não assustou.
O espanto que a um segundo estava nítido em seus olhos agora deu lugar a alguma coisa que eu não sabia o que era.
- Sou Jonathan Warboys.
- Kora Leibovits – Leibovits então essa é a filha que Margot não levou ao jantar dizendo que a garota estava estudando – Você é o líder dos Magnetites não é?
- Sim.
- Como pode deixar uma piranha como a Brigit ser sua sucessora?- Então isso era o que deu lugar ao medo. Desejo de fazer o correto.
- Se Dylan o irmão dela não tivesse aberto mão seria ele o líder.
- É estou sabendo. - Sua feição mudou como se tocar no nome do filho de Alex fosse delicado demais
- Que tipo de bruxa você é?
- Sou uma mestiça. – Não pode ser. Ela não tem como ser uma mestiça– Calma Amy nós já vamos.
A gata estava inquieta no colo de Kora, alguma coisa estava incomodando a felina de olhos cor de mel.
- Quer que eu te leve para casa?
- Não precisa.
- Faço questão.
Dentro do carro a gata não parou de me olhar, a energia que manava da garota ao meu lado é impressionante, isso era mais que o suficiente para saber que ela não é uma mestiça.
Os olhos cor de mel da gata me fuzilavam eu até podia esperar que a qualquer instante ela começasse a falar. Quando chegamos próximos ao bairro que Kora indicara ser o da sua casa toda a energia que saltava dela como pipoca em óleo quente simplesmente sumiu deixando apenas uma fina camada típica de mestiços. E só me sobraram três opções para explicar isso. Uma era a e que eu estava ficando louco e senti coisas que nem existe, a segunda era a de que a garota aprendeu a suprimir sua áurea durante o caminho até sua casa e a terceira e mais provável, alguém estava escondendo o poder dessa garota para que ninguém perceba tamanha força. E eu acho que sei quem está fazendo isso.
- Você sabe de que clã é?
- Não, essa informação foi omitida no meu processo de adoção.
A casa estava escura quando chegamos, terei que conversar com Margot outro dia.
- Bem, obrigado pela carona. – disse ela saindo do carro.
- Não foi nada.
- Nos vemos por ai.
A porta da frente se abriu e Margot saiu por ela indo direto até sua filha e depois seus olhos se encontraram com os meus. Era um olhar profundo que escondia medo, pesar e determinação. Acenei para Margot que apenas fechou a porta me deixando sozinho na rua. Antes de eu sair com o carro um brilho prateado chamou minha atenção. Era a gata me encarando do telhado da casa, seu pelo branco refletia a luz da lua cheia, eu sabia que devia falar com Margot sobre o poder escondido da menina e aplicar ainda mais força no meu feitiço para ela falar tudo o que sabe sobre Amélia, mas ao olhar para o brilho do pelo da gata esses planos foram se esvaindo da minha mente e tudo o que sobrou foi à inevitável volta ao meu quarto escuro.


sábado, 18 de abril de 2015

Terríveis Segredos - Capitulo 21

Deixei meus pais para trás nitidamente abalados por conta das minhas recentes atitudes, eu odeio desaponta-los, mas eu precisava ficar sozinha. Sai andando sem rumo, deixando que meus pés escolhessem o caminho. Eu não estou nem ai para o lugar que eu estou indo, só preciso que lá eu tenha tempo pra pensar e me acalmar.
Quem diria que em menos de uma semana, desde que me mudei, eu me sentiria tão carregada. Eu nunca me senti assim na vida. Os sonhos, essa cidade, a maldita piranha, Dylan, Math, tudo isso vai me fazer explodir mais cedo ou mais tarde. Tanta coisa acontecendo, tudo tão rápido, eu preciso desacelerar e pensar com mais calma, responder uma pergunta de cada vez e tentar não me estressar com peixes fora d'agua, seu irmão lindo e irritante e ainda tem o Math eu preciso dizer pra ele que nos não temos nada.
Eu só parei de andar quando algo arranhou meu braço, um galho? Eu estou na floresta?
Meus pensamentos estavam tão confusos que eu nem percebi que estava andando na beirada da floresta que praticamente rodeava a cidade toda. Eu já havia entrado na mata uma vez, mas nunca sozinha. A primeira e única vez até o momento eu estava acompanhada do meu mais novo amigo Belenos.
Talvez eu devesse ter medo de entrar mais fundo em uma floresta que não conheço estando sozinha, ainda mais com o sol prestes a se por. Mas medo era a única coisa que eu não sentia.
Fui andando sem direção pela floresta sem me preocupar com a luz do sol que ia acabando ou com o fato de eu poder me perder para sempre, eu só queria ficar sozinha e a floresta me proporcionaria isso.
Os últimos raios de luz do grande astro foram sumindo e eu comecei a ficar assustada, apertei o passo para chegar a lugar nenhum e dei de cara com as duas arvores que pareciam uma de tão juntas que ambas cresceram.
Eu sabia que a biblioteca secreta estaria atrás das arvores, bastaria eu atravessar à fina nevoa que levava para a escadaria da sala gigantescamente mágica. Eu sabia que poderia me abrigar entre as estantes de livros, mas eu queria ficar mais um pouco entre as arvores que representavam os dois deuses.
Depois de a raiva e a frustração terem passado e de eu decidir que estava perdida na floresta, fui em direção a entrada da biblioteca, mas antes mesmo de dar dois passos a luz da lua cheia me alcançou me fazendo olhar para cima e ver as folhas das arvores brilhando em um lindo tom de prata. As flores que antes ao toque da luz do sol emanavam um odor forte e selvagem quando vim com Bel até aqui pela primeira vez agora expeliam um perfume delicado e misterioso.
Bel havia me falado que essas arvores eram como uma representação do Deus e da Deusa e que respondiam de formas diferentes ao toque da luz do sol e da luz da Lua. De dia já era maravilhoso ficar próxima das arvores, mas agora era ainda melhor. A escuridão da noite juntamente com a luz da lua cheia tornou a floresta visivelmente mágica.
Pequenas criaturas cintilantes vieram beijar as pétalas das flores prateadas. Das suas assas saiam sons agudos e muito agraváveis. Algumas dessas minúsculas criaturas começaram a girar ao meu redor me fazendo sorrir, quando se afastaram foram direto para uma mancha branca que só percebi que era minha gata depois que ela soltou um miado bem característico dela. A gata se divertiu um pouco com as criaturinhas, mas logo veio ao meu encontro pulando em meu colo.
- Hey Amy você me encontrou.
A gata se esfregou em meu peito demonstrando a alegria que estava sentindo.
-Também estou feliz de estar com você. E olha como tudo isso é lindo!
A gata pulou para o chão e começou a arranhar meus sapatos em um claro pedido para que eu os retirasse.
Ao deixar meus pés em contato direto com a terra me senti como há tempos não me sentia. Agora eu sentia uma força crescer em mim, uma coragem que nem sabia que estava ali dentro.
Fechei os olhos, mas foi como se na verdade eu os estava abrindo pela primeira vez desde que nasci. Toda a floresta estava ao meu alcance agora. Os perfumes estavam mais mágicos, à noite mais viva, eu era capaz de sentir a energia que escapava de cristais ainda perdidos a metros a baixo dos meus pés.
Então era assim que os antigos anciões se sentiam, era como se um universo totalmente novo se abrisse para mim, como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa agora, essa era a melhor sensação que eu já senti na minha vida, e eu sabia que agora que provei nunca mais conseguiria ser capaz de viver sem isso. Agora eu tinha certeza de que a ligação que eu tenho é com a terra e estava louca para viver uma vida toda com isso.
Olhei para minha gata que me observava sem fazer nenhum barulho.
-Vamos Amy vou te mostrar um lugar depois iremos para casa.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Terríveis Segredos - Capitulo 20

- Sente se mocinha temos muito que conversar – meu pai estava enfurecido, eu nunca o vi dessa maneira então achei melhor fazer o que ele queria – O que deu em você? Essa não foi à educação que te demos.
As palavras dele estavam me fazendo repensar o que realmente mais me irritou hoje? Ou foi a somatória de tudo? A briga com Dylan ontem, a maneira que ele me tratou hoje, a piranha da irmã dele, o fato de que eu não consigo ver a minha áurea nem usar minha magia sempre que tento. Tudo isso junto fez com que eu fervesse de raiva e atacasse aquele projeto de peixe fora d’água.
- O que aconteceu Kora você não é assim? – minha mãe estava nervosa, sim era perceptível, porem ela esta se controlando, para uma bruxa de magia corrompida ela tem bastante controle sobre seus sentimentos obscuros. –Essa não foieducação que você recebeu e sem falar de que ela poderia ter te matado, ela é muito mais poderosa que você...
- Não ela não é.
- Como Kora? O que você disse? – minha mãe ficou pálida na hora sua boca se abriu em um O de descrença, e a raiva que estampava o rosto do meu pai deu lugar ao espanto.
- Eu já provei ser mais forte.
- Como assim filha? – meu pai foi o primeiro a se recuperar do choque que as minhas palavras causaram neles.
- Há alguns dias quando ela e sua turma jogaram tinta no Bel humilhando ele na frente de todos, eu não podia deixar isso passar, então eu revidei.
- Revidou como?
- Não sei como mas, eu joguei toda a tinta que tinha no chão, nas outras pessoas, no Bel, joguei tudo neles e quase acertei a Bridget se a professora não estivesse se intrometido.
 - Mas isso é... Isso é impossível, você é uma mestiça.
 - Sou mãe? Eu e o Bel nos perguntamos se essa informação é verdadeira. Segundo ele sou forte de mais para ser uma mestiça.
- Essa foi à informação que nos passaram, não desconte sua raiva na sua mãe.
- Não estou descontando em ninguém pai.
Eu não iria conseguir pensar aqui muito menos me acalmar, eu seria alvo de perguntas e não estou afim de responde – las, então revolvi sair e pensar em outro lugar. Levantando-me caminhei ate a porta.
- Aonde você esta indo? – a voz aflita da minha mãe me fez parar e olhar para ela.
- Não sei, só quero pensar, quem sabe eu encontre o Bel pelo caminho, mas no momento quero ficar sozinha.
E com isso sai. Eu não gostava de brigar com meus pais e sabia que eles deveriam me colocar de castigo, mas meus pais sabiam que a culpa disso tudo não era minha, e por isso sabia que eles me entendiam.

Margot

Quando ele me tocou, seu toque foi suave, calmo, amoroso, tirando-me do meu transe. As informações dadas pela minha filha me deixaram desnorteada.
- Você esta bem?
- Ela já provou ser mais forte...
- Calma meu amor, as coisas só estão indo mais rápidos do que tínhamos imaginado.
- Em breve ela vai saber...
- Sim ela vai – a sinceridade do meu marido não tem limites – isso é inevitável uma hora ela iria descobrir...
- Uma hora, mas não agora, não com 16 anos, não sendo tão inexperiente. Nós não devíamos tê-la criado longe disso tudo.
- Você terá que confiar nela, você a criou, ela pode estar muito mais pronta do que você imagina. Sem contar que Amélia nos disse para fazer isso. Ela sabia o que estava fazendo.
- E a escolha? Ela terá que escolher você sabe e o que ela esta fazendo, a maneira que esta agindo ela vai escolhe...
- Não, é muito cedo para pensarmos assim.
O miado da gata ecoou na sala, um miado tão aflito quanto meu desespero, um miado que refletiu a minha dor de mãe.
- Vai Amy, esta esperando o que? Vá atrás dela.
A gata saiu correndo sem fazer mais nenhum som, correu como uma mãe correria atrás de seu filho enquanto eu fazia uma oração silenciosa.

Por favor, Amélia proteja nossa menina e mostre a ela o caminho a se trilhar. 

Terríveis Segredos - Capitulo 19

Eu não sabia o que pensar, eu não sei se seria tão bom fazer parte de um clã onde eu seria uma das principais armas. Depois do intervalo tivemos a aula de historia magica que foi bem chata, mas que graças aos Deuses não demorou tanto para acabar.
- Boa tarde alunos! Como ontem vários de vocês não conseguiram reproduzir globos de luz, vamos retomar a mesma matéria e se a maioria obtiver sucesso iremos fazer um experimento.
A professora explicou rapidamente os princípios do feitiço, Bel não precisou de ajuda com isso já que ele disse já ter lido sobre isso em um livro.
-Muito bem, agora eu quero que vocês visualizem uma esfera de luz se formando na palma da mão de vocês, podem visualizar uma concentração da luz do sol que entra pela janela, ou a luz das velas que iluminam nossa sala e os mais ousados podem apenas visualizar a luz de sua magia.Ela sera como a essência de seus poderes portanto ira brilhar de acordo com a cor de cada um.
Bel rapidamente criou um globo de luz do tamanho de uma bola de beisebol que brilhava em um tom de roxo, a maioria dos alunos tinham globos com a cor amarela assim como a chama das velas espalhadas pela sala, os Dylan e outros dois membros da gangue de Brigit suspendiam esferas negras que dispersavam uma luz macabra e fantasmagórica,ela tinha duas esferas laranjas rodopiando a sua volta, outros alunos tinham esferas de varias cores, e tons, mas o que mais me chamou atenção foi Math, ele fazia varias esferinhas flutuarem a sua volta como se fossem vaga-lumes e de repente todos se juntam formando apenas uma esfera azul que ficou girando como um Sol de gelo acima de seus cabelos loiros.
Me concentrei para formar uma esfera com minha energia mesmo correndo o risco de ela sair negra como a de Dylan provando que eu sou uma Magnetites. Mas nada aconteceu, então Bel me falou para me concentrar na luz das velas, eu não queria já que assim minha esfera seria da cor da chama da vela e não da cor de minha essência.
Fiquei com tanta raiva por ficar a baixo de todos os outros alunos, não queria ser a unica a ficar sem cumprir a tarefa. Eu tinha que conseguir.
-Parece que a mestiça não consegue criar nem um globinho de luz, que peninha. Não vai chorar em!
-Eu vou te mostrar quem vai chorar sua Piranha.- Fui na direção dela e dessa vez eu não queria que ninguém atrapalha se, quando estávamos um de frente para a outra a professora May veio para nos separar, mas então as velas a nossa volta se transformaram em jatos de fogo que cercaram a mim e a Brigit, formando um circulo de chamas gigantesco e intransponível.
-Pare já com isso Brigit.- Ordenou a Professora.
-Agora somos só eu e você ralé. E dessa vez não vai ter ninguém para te salvar. Vou até acabar com você sem usar magia.
-Como quiser Brigit, assim fica mais fácil de deixar marcas em você.
Nós partimos para cima uma da outra, ela era muito forte, Bel havia me dito que ela adorava Boxe. Trocamos alguns tapas e socos, rolamos no chão, ela me deu um chute que quase me fez ir direto para a parede de fogo atras de mim. Acertei um soco bem no nariz dela que sangrou imediatamente. Nessa hora os olhos dela brilharam como o fogo que nos rodeava e de repente a parede que impedia que nós duas saíssemos e não deixava ninguém entrar para atrapalhar nossa briga subiu para o teto com um gesto das mãos dela e com outro caíram como uma cascata de puro calor que com certeza iria me incinerar se não posse por Dylan que me puxou para o lado assim que as chamas acertaram o lugar onde eu estava. 
-Agora já chega.- A diretora Magdalena estava atras de mim com um semblante de raiva.- Vocês duas passaram do limite. Já chamei seus pais para virem buscar as senhoritas. Vocês estão suspensas por uma semana e terão trabalhos extras de todas as disciplinas para não ficarem atrasadas nas matérias. Agora vão já para a diretoria em silencio.
Levamos uma bronca monstruosa enquanto a enfermeira limpava nosso ferimentos. Meus pais vieram logo, minha mãe ficou quase vinte minutos dentro da sala da diretora, quando saiu não me dirigiu nem uma palavra. No caminho para o carro vi Dylan falando com um homem que estava vestido elegantemente com um terno preto e uma gravata purpura.O homem era muito misterioso, eu conseguia sentir uma energia de mentiras e segredos ao seu redor. Foi então que ele me olhou. Seus olhos eram muito familiares.
-Ola Margot! A quanto tempo.
- Olá Alex! O faz muito tempo mesmo.
Os olhos do homem voltaram a mim.
-Então essa é sua filha, Kora estou certo?
-Sim senhor.
-Bom, tenho que ir até a diretoria, parece que minha filha foi suspensa porque ela e sua filha tiveram uma briga.
Então esse era o pai da Brigit e do Dylan, ele se parecia muito com seu filho exceto os olhos, seus olhos eram frios e perigosos como os da Brigit , mas havia neles algo que me fazia ter vontade de correr para o mais longe possível. Esse deveria ser o perfil do líder de uma das famílias do clã Magnetites.
-Sinto muito Alex! Te garanto que isso não ira mais acontecer. A Kora é uma boa garota não sei o que deu nela hoje.Não é querida?
-O que deu em mim é que sua filha é uma garota insuportavelmente irritante.
-Kora! Não fale assim.
-Imagina Marina, eu conheço minha filha o suficiente que ela tem um gênio muito difícil assim como eu.Até mais Margot, foi um prazer revela.
Saímos andando para o carro onde meu pai nos esperava, ele saiu andando quando viu o pai do Dylan vindo em nossa direção.
-A senhorita está muito encrencada.
-Me desculpe papai, eu só não aguentava mais essa garota mexendo comigo.

-Nós falamos sobre isso em casa.