terça-feira, 14 de abril de 2015

Terríveis Segredos - Capitulo 12

Depois de duas horas, eu acho, meus pais chegaram do jantar e deram carona para Bel, me deixando sozinha com meus pensamentos, todas as duvidas e todas as coisas que apareceram depois que descobri que sou uma bruxa e acabei adormecendo no sofá.
Estranhamente eu não sonhei com nada, até acordei completamente disposta, nem parecia que dormi no sofá duro da sala. Depois de tomar banho e do café da manha caminhei até a escola.
Eu ainda estava usando o cristal preto que agora eu sabia que se chamava ONIX e que iria me proteger o que explicava por que eu sentia segurança desde que o coloquei.
Amy me acompanhou durante todo o caminho, ronronando e se entrelaçando nas minhas pernas sempre que conseguia. Eu sabia que isso se tornaria quase que um ritual meu e da gata.
Depois de me despedir Amy fez o mesmo caminho que no dia anterior, entrou no primeiro arbusto que dava para a floresta que ficava de frente para a escola.
Procurei Belenos para irmos juntos até a primeira aula, mas não o encontrei e mesmo depois que a aula começou, ele não apareceu.
Passei pelas aulas como no primeiro dia, olhando apenas para frente mesmo quando sentia que alguém me observava. No intervalo peguei a comida e me direcionei para a mesa mais distante. Brigit e sua gangue fingiram que não me viram todas as vezes que passei por eles e por mais que isso fosse o que eu queria adoraria acabar com ela na frente de toda a escola e mostrar que ninguém tem que ficar com medo dela só por conta da família que ela vem.
Quando estava quase terminando de comer Math se sentou na minha mesa.
- Oi! Eu queria te pedir desculpas por ontem.
- Não tem porque pedir desculpas.
- Tenho sim. Eu fui um idiota e não falei o que tinha que falar.
- O que você deveria falar?- seus olhos ficaram ainda mais cinzas, era incrível como eles pareciam brilhar como aço polido.
- Que você foi incrível ontem e que desde que você chegou eu não consigo parar de pensar no quanto seria legal sair com você.
-Ah! Obrigado. Eu acho muito legal por você pensar assim sobre mim, mas eu não acho que seja uma boa idéia. Eu tenho namorado.
- Nossa me desculpe eu não sabia. - Nessa hora ele já estava se levantando. Acho que o deixei muito constrangido.
- Math espera. Na verdade eu não sei mais se tenho namorado, eu não falo com ele desde que me mudei e bem, acho que ele já ta em outra.
- Entendo. Então você vai sair comigo?
- Tudo bem, mas só como amigos combinado?
- Combinado. E se você precisar de ajuda nas duas ultimas aulas pode se sentar comigo, eu vi que o Bel não veio.
- Sim, achei estranho ele ter faltado mas eu agradeço pela oferta. Qualquer coisa eu grito por socorro. - demos risadas por um tempo e quando me levantei para jogar o resto da comida vi Dylan me encarando e ele estava com uma cara nada muito legal. Eu podia jurar que tinha uma sombra em volta dele, mas não havia Sol onde ele estava parado.
Ele veio na minha direção com passos decididos, eu o observava enquanto descartava minha bandeja.
- Kora. 
- Dylan.
- O Math, ele te chamou para sair, não chamou? 
- Você não perde tempo não é? E por mais que tenhamos trocado algumas palavras eu ainda não tenho que dar satisfação para você. - acho que o que falei não o agradou muito porque a faísca que vi em seus olhos dourados estava agora aumentando. Então achei melhor responder sua pergunta da maneira certa. 
Ele estava furioso, mas isso só o deixava mais atraente. 
- Por favor, Kora, me responda a pergunta. 
- Sim, mas eu deixei bem claro que era como amigos, por que? 
Ele não ouviu minha pergunta, muito menos o que eu disse depois do sim.
- Aquele desgraçado, eu vou matar ele, pelos anciões, vou arrancar aquilo que ele chama de cara,... 
Ele já estava se afastando, a sua volta uma áurea negra se formava tão intensa, tão escura, tão amedrontadora. Sabia que eu devia querer me afastar dele e da escuridão a sua volta mas era o contrario. Eu queria me aproximar das sobras que saiam dele. Com tudo isso eu sabia que ele iria brigar com o Math na frente de todos, eu precisava impedir, não me pergunte por que eu só sabia que precisava.
- Dylan - segurando seu braço o puxei para  mais perto de mim - Dylan por quê? Por que a pergunta?
- Me solta Kora, eu vou matar ele e eu não estou nem ai para as conseqüências.
- Mas eu estou. Por que um simples convite te irritou tanto?
- Por quê? Eu te digo. Porque ele quer me irritar, eu o conheço, ele esta querendo que eu quebre as regras.
- Então mostre para ele que Dylan Bascos, não é boneco de ninguém para ser manipulado, mostre para ele que brincadeira de provocação não vai adiantar em nada.- Eu duvidava que Math estava fazendo isso ele parecia tão meigo e correto, mas eu sabia que para acalmar Dylan eu tinha que concordar com ele.
Com minhas palavras ele foi se acalmando, eu estava conseguindo acalmar um touro.
"Olhe sua mão pequena bruxa, a mão que o segura, olhe minha pequena." 
Eu quase tinha me esquecido que eu estava segurando ele, e só agora eu percebi o que eu estava fazendo. Da minha mão emanava uma luz dourada, mas escura, brilhante, mas sem nitidez. Minha magia estava acalmando ele. 
- É isso o que você faz com a minha irmã?  Não se deixa ser manipulada?  
- Sim é isso. 
Ele me observava com admiração e até, e eu sabia mesmo que fosse mínimo eu via que havia paixão em seu olhar. 
- O que foi?  Que cara é essa? 
- Ele viu a sua bondade, mas eu vejo mais que isso, você é boa, mas não é boba, você é mais, percebi isso no primeiro instante que eu te vi. - ele se aproximou mais, sussurrando no meu ouvido - Math precisa de alguém poderoso do seu lado, ou melhor, poderosa. Minha irmã não é possível porque ela vai ser a líder do nosso clã, eles serão inimigos, mas você, você seria a parceira perfeita, mas eu não vou deixar ele te usar, pensando bem você é capaz de se virar sozinha, mas se precisar de mim estarei a sua disposição, só não se deixe enganar nem tudo que brilha é bom. 
Antes de se afastar ele se virou e beijou o canto da minha boca, ele ficou naquela posição pelo o tempo exato para me deixar sem ar. Quando ele finalmente se afastou deu uma piscadela, a piscada mais sexy que já vi na vida e depois se virou e saiu, me deixando sozinha sofrendo os efeitos daquele meio beijo.

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